quinta-feira, 31 de outubro de 2013

BRINCAR DE MEDITAR
















Com jeitinho, dá para ajudar o pimpolho a desenvolver práticas contemplativas
Em vez de passar os dias preenchendo os horários com judô, natação, inglês, balé, computação, escola, há crianças que reservam alguns minutos diários para a meditação. Sim, meditação, aquele ato consciente de retirar-se, normalmente em quietude, que parece impensável para seres tão ligados no 220 como crianças. Mas elas podem, sim, meditar. E fazem isso com prazer, desde que o ato de meditar não seja mais uma obrigação – como o judô, natação, etc.etc. a que muitos pais submetem seus filhos.
Se você já imaginou aquele moleque que não larga o videogame transformado num anjinho sentado em posição de lótus, repetindo mantras por horas, calma lá. Embora tenha, em linhas gerais, os mesmos objetivos e benefícios que traz para os adultos, a meditação para crianças segue três regras básicas. A primeira delas é que a criança não deve se sentir obrigada a praticá-la. A segunda é que o baixinho deve meditar por pouco tempo, alguns minutos apenas as crianças se distraem muito. A terceira dica é que toda meditação deve seguir uma orientação de adultos, pelo menos no início.
A criança não “aprende” a meditar e nem, quando os pais dizem “é hora de meditar”, ela, como por mágica, vai para o quarto e começa a prática, como se estivesse estudando para a prova de ciências. Não é assim. O ideal é que haja uma evolução natural: a criança começa com um minuto por dia, depois de ouvir uma história ou seguindo uma orientação passo a passo. Algo suave como: “Feche os olhinhos, pense no ar que está enchendo o seu peito, conte… ar entrando, ar saindo… ar entrando, ar saindo… agora preste atenção no toque do sino…” E por aí vai. A intenção é levar a criança a um estado ainda mais avançado que o do simples relaxamento; é como se o cérebro se desligasse de pensamentos por alguns momentos.
Depois de meditar por um minuto num dia, o pequeno pode conseguir por dois minutos, três, quatro. Em seguida, pode ter vontade de fazer por conta própria, quando quiser. Acredite: não é impossível. Com os gêmeos Bruno e Gabriel Damásio, de 10 anos, meditar faz parte do dia-adia.“ Outro dia um deles me disse que às vezes repete um mantra durante a aula ou no intervalo”, conta a mãe, Luciana Damásio. Os meninos foram introduzidos muito cedo no budismo tibetano, mas sem obrigações: nunca foram ensinados a meditar, o interesse apareceu por conta própria.
Também foi assim com Alexandre, de 7 anos, filho da artista plástica Fernanda Valadares. “Eu gosto muito de repetir mantras, parece que eu fico descansado, é gostoso”, conta o menino. A mãe diz que Alexandre se aproxima espontaneamente enquanto ela está meditando com mantras. “Às vezes ele fica por um tempo até surpreendente, mais de 10 minutos”, relata Fernanda.
Olhar interior
E para que uma criança medita? Porque, como os adultos, elas também sofrem com o estresse diário, mesmo que não pratiquem judô, natação e outras 20 atividades semanais. Elas precisam escapar das preocupações – a proximidade de uma prova ou a desavença com um colega, por exemplo, e podem aprender a se conectar consigo mesmas. Verdade que a infância é momento de gastar energia e descobrir o mundo exterior. Mas há quem defenda a meditação por considerar que as crianças hoje estão superexpostas a estímulos externos. A prática ajuda a torná-las mais concentradas e relaxadas – e quem convive com os pimpolhos sabe o quanto isso pode ser benéfico.
“Quando aplicada corretamente, a meditação ensina a criança a ter autocontrole”, diz a psicóloga norte americana Deborah Rozman, autora de Meditação para Crianças. Segundo ela, estudos comprovaram que a meditação ajuda pequenos muito inquietos a controlar o temperamento. “Crianças arteiras ou hiperativas têm mais dificuldade de meditar, mas são extremamente beneficiadas quando conseguem”, completa Márcia de Luca, fundadora do Centro Integrado de Yoga, Meditação e Ayurveda (Ciyma), de São Paulo.
Desligar-se por alguns minutos dos problemas passados e futuros tem efeitos físicos e psíquicos comprovados por diversos estudos. A meditação ajuda a liberar endorfina, que produz sensação de bem-estar, ao mesmo tempo que diminui a produção de adrenalina (que, nas crianças, está sempre lá em cima) e cortisol (hormônio ligado ao estresse). “Cinco minutos de meditação antes da aula ajudam a criança a absorver o aprendizado”, diz Márcia de Luca, que já deu orientação a professores.
Uma bela maneira de colocar a criança em contato com a meditação é através de atividades lúdicas. No templo de budismo tibetano Odsal Ling, em Cotia, acontece no primeiro domingo de todo mês a Ciranda do Dharma, voltada para crianças de 5 a 11 anos. O lama Norbu conta histórias com algum princípio budista e depois faz atividades relacionadas. Por exemplo: quando foi contada a história do padeiro sovina que aprendeu a dividir o pão, as crianças da Ciranda fizeram diversos pães.
No final, há meditação e recitação de mantras.Coisa rápida, que as crianças adoram. “Usamos algum instrumento de apoio, como um sino, para ajudar no foco da meditação”, explica o lama Norbu. No budismo tibetano, a meditação é feita por meio de um mantra ou verso indicado para cada pessoa. “Tradicionalmente, as crianças não recebem treinamento para a meditação antes dos 11 anos, mas, com orientação adequada, práticas simples de meditação podem ser introduzidas para crianças menores.”
A idade ideal para começar a prática não é consenso entre os iniciados. Um conceito muito utilizado é o de que a criança está pronta para meditar quando consegue acompanhar uma história, prestando atenção, algo como assistir O Rei Leão até o fim. “Minhas crianças começaram com 4 anos”, diz Susan Kramer, norte-americana que começou a trabalhar essa meditação em 1965 e é autora de livros sobre o assunto, nenhum deles traduzido no Brasil. Ela diz que basta colocar a criança deitada de costas, “relaxada como uma boneca de pano”, para iniciar uma meditação guiada. “Contar a inspiração e a expiração duas vezes já é um começo.”
Márcia de Luca acredita que a meditação pode ser introduzida por volta dos 8 anos. O método de Márcia é o difundido pelo guru indiano Deepak Chopra, no qual se repete o que ele chama de som primordial individual, escolhido a partir da hora e do local de nascimento de cada pessoa.
Mais importante que descobrir quando começar é perceber quando se deve parar. Se a criança não se interessa pela meditação, não vale a pena obrigar ou se chatear. Ela pode se interessar pelo assunto mais tarde. Ou não. Só não pode achar que a prática é uma obrigação a mais no dia-a-dia. Isso iria contra todos os possíveis benefícios da meditação.

fonte: budavirtual

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

RESPIRANDO, CONTANDO, SENTANDO, CONCENTRANDO...



Muitas pessoas tem pedido recomendações de técnicas ou escolas para começar a meditar e/ou conhecer melhor o Yoga ou o Budismo (e outros caminhos), e as respostas que acabo dando tomam sempre um mesmo caminho: depende de você, de onde você está e do que naturalmente lhe atrai mais. Buscar um técnica de meditação ou se aproximar de uma filosofia ou prática é uma tarefa profundamente particular. Mas nada complicado, pois há cada vez mais práticas e escolas sendo expandidas e ensinadas, incluindo as mais ancestrais e preciosas que já passaram por esse planeta (e no fundo há uma diferença de forma mas uma semelhança de essência). E é mais ou menos isso que trata a jornalistaDiana St Ruth, editora do site Buddhism Now, no trecho do livro “Understanding Karma and Rebirth” (Buddhist Publishing Group, 2008) que segue mais abaixo com tradução de Fabíola Queiroz (que gentilmente permitiu sua reprodução aqui) e intituladoTranscendendo as Técnicas (do inglês Transcending Techniques). “Somos surpreendidos por formas diferentes de ver as coisas em épocas diferentes e é por isso que os ensinamentos budistas são tão diversificados”, diz Diana, no início do texto.
Não só budistas, como de várias outras tradições e técnicas — como o japa e as meditações do Yoga, as meditações taoístas, a Meditação Transcendental, a meditações sufis, etc. Dentro do Hinduísmo há uma miríade de caminhos e vertentes tão ou mais ampla. Especificamente dentro do Budismo, diz Diana Ruth, “a consciência é a chave para o entendimento de todo o ensinamento de Buda, é a base de todas as técnicas”. Por onde você entra ou por onde você passa é a riqueza do próprio caminho. No atual cenário de explosão de informação e migração de conhecimentos, com um pouco de discernimento, mente aberta e dedicação não há dificuldade nenhuma de encontrar logo algo precioso pra você. E o mais importante, como diz Diana no texto, não é ficar analisando e testando vários caminhos, é mergulhar logo em algo que lhe faça sentido e lhe ajude no desafio do auto-conhecimento.
“Há apenas dois equívocos que se pode cometer ao longo do caminho para a verdade: não ir até o fim, e não começar”.
~ fonte desconhecida (atribuída a Buda e a Confúcio, mas não confirmada)
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TRANSCENDENDO AS TÉCNICAS
Por Diana St Ruth — Tradução de Fabíola Queiroz
“Somos supreendidos por formas diferentes de ver as coisas em épocas diferentes e é por isso que os ensinamentos budistas são tão diversificados. Não significa que precisamos aprender todos os métodos, estudar todos os textos de todas as escolas, familiarizarmo-nos com a história do budismo através dos tempos e aprender todas as línguas nas quais os textos foram escritos antes de atingirmos a verdade. A verdade não está encerrada dentro de uma palavra ou de uma definição ou mesmo em um longa série de palavras. A verdade é a mesma do princípio ao fim; diz respeito a cada um de nós; diz respeito ao que nós somos e ao que está além dos conceitos e da mente pensante.
Definições são apenas mecanismos ou dispositivos ou meios habilidosos para se atingir o despertar, mas não são a realidade em si; são apenas pistas: vamos ver isso dessa forma, vamos olhar para aquilo daquele jeito… Eles são mecanismos que nos ajudam a abrir nossos próprios olhos. É apenas até aí que as palavras e os ensinamentos de qualquer pessoa podem nos levar. Trevor Legget costumava dizer que tentar apontar para a verdade é mais ou menos como contar uma piada:
“Algumas vezes, uma pessoa entende a piada: é o suficiente. Mas se alguém não a entende, ou se é uma piada inapropriada, ou se a pessoa não tem senso de humor, então não adianta insistir – ‘você tem que entender!’ – ou discutir a respeito. Conte a piada para outra pessoa.”
O mesmo acontece com todas as definições, métodos e técnicas que ouvimos no Budismo. Se uma pessoa não entende, não tem sentido em insistir; melhor tentar outra coisa. Em algum momento ao longo do tempo talvez consigamos entender – como uma boa piada.
Não tem sentido mergulhar nas montanhas de textos e tentar cada técnica de meditação que existe. Uma vez que encontremos algo que funciona para nós, devemos usar esse algo; devemos ir até o fundo, chegar até o caminho, na trilha e correta e aí permanecer; não há necessidade de voltar ao início para aprender uma nova técnica.
Além do mais, consciência é a chave para o entendimento de todo o ensinamento de Buda; é a base de todas as técnicas e, ainda assim, não é uma técnica em si. Não há nada mais simples ou mais óbvio do que consciência, mas até que vejamos de fato o que realmente é e percebermos sua importância, talvez precisemos de várias técnicas para nos ajudar a chegar lá, como aprimorando nossa concentração através da contagem da respiração, ou dando nome a cada ação que praticamos (em silêncio, para nós mesmos), através do dia – ‘caminhando’, ‘sentando’, ‘deitando’, espirrando’, ‘comendo’, ‘vestindo-se’ e por aí vai – até que um dia, de repente, nós ‘caímos’, damo-nos conta do que é a consciência, o que é ser uno com o momento presente, sua realidade e seu poder. Nesse momento, as técnicas foram transcendidas.”


fonte: budavirtual

terça-feira, 22 de outubro de 2013

A LIBERTAÇÃO DOS PENSAMENTOS

A LIBERTAÇÃO DOS PENSAMENTOS
Mathieu Ricard falou: Temos falado muito da possibilidade de mudança. Como isso acontece no contexto da formação contemplativa? Sabemos que as emoções duram alguns segundos, que os humores duram, digamos, um dia, e que o temperamento é algo que se modela com o passar dos anos. Portanto, se queremos mudar, é obvio que precisamos primeiro agir com relação às emoções, e isso ajudará a modificar nossos humores, que, por fim, se estabilizarão na forma de um temperamento modificado. Em outras palavras, precisamos começar a trabalhar com os acontecimentos instantâneos que ocorrem na mente. Como dizemos, se cuidarmos dos minutos, as horas cuidarão de si mesmas. Como proceder no tocante à experiência direta? O período refratário e tudo isso serão coisas um pouco abstratas para alguém que queira lidar com as emoções imediatamente. Portanto, uma das questões principais tem relação com o modo como ocorre o encadeamento dos pensamentos, o modo de como um pensamento leva ao outro. Meu professor me contou uma história a respeito de um ex-chefe guerreiro do leste do Tibet que abandonou todas as atividades marciais e mundanas, e foi para uma caverna meditar. Passou alguns anos ali. Certo dia um bando de pombos pousou em frente à caverna e ele lhes deu um punhado de grãos. Enquanto observava, porém, os pombos lhe lembraram as legiões de guerreiros que ele tivera sob seu comando, e isso fez lembrar-se das expedições – e ficou irado novamente ao pensar nos antigos inimigos. Essas recordações logo lhe invadiram a mente e ele desceu ao vale, encontrou os antigos companheiros e voltou a guerra! Isso exemplifica como um pequeno pensamento pode tornar-se uma obsessão, como uma minúscula nuvem branca cresce e se transforma numa imensa nuvem escura repleta de raios. Como lidar com isso? Quando falamos em meditação, a palavra usada em tibetano significa, na verdade, “familiarização”.
Precisamos nos familiarizar com um novo modo de lidar com o surgimento dos pensamentos. No início, quando surge um pensamento de ira, desejo ou ciúme, não estamos preparados para ele. Portanto, em poucos segundos, esse pensamento dá origem a um segundo e a um terceiro, e logo nosso panorama mental é invadido por pensamentos que solidificam nossa raiva ou ciúme e, então, é tarde demais. Assim acontece quando uma faísca incendeia uma floresta, e estamos em apuros.
A maneira elementar de intervir chama-se “olhar para trás”, para o pensamento. Quando surge um pensamento, precisamos observá-lo e observar sua fonte. Precisamos investigar a natureza desse pensamento que parece tão sólido. Ao encará-lo, sua solidez tão óbvia se derrete e o pensamento se extingue sem dar origem a um encadeamento de pensamentos. A questão não é tentar bloquear o surgimento de pensamentos – isso nem é mesmo possível – mas não deixá-lo invadir nossa mente. Precisamos fazê-lo diversas vezes porque não estamos acostumados a lidar com os pensamentos dessa maneira. 

Somos iguais a uma folha de papel que ficou muito tempo enrolada. Quando tentamos abri-la sobre a mesa, ela se enrola de novo no instante em que erguemos as mãos. É assim que se realiza o treinamento. Talvez haja quem pergunte o que as pessoas fazem nos retiros, passando oito horas por dia sentados. Fazem exatamente isso: familiarizam-se com um novo modo de lidar com o surgimento dos pensamentos. Quando começamos a nos acostumar com o reconhecimento dos pensamentos é como se fôssemos capazes de identificar rapidamente numa multidão alguém que conhecemos. Quando surge um pensamento potente de forte atração ou raiva sabemos que vai levar a uma proliferação de pensamentos, passamos a reconhecê-lo: “Ah, lá vem essa idéia!”. Esse é o primeiro passo. Ajuda muito a evitar que tal pensamento o domine. Depois de se acostumar com isso, o processo de lidar com os pensamentos se torna mais natural. Não é preciso lutar e aplicar antídotos específicos a cada pensamento negativo, porque sabemos como deixá-lo se esvaecer sem deixar vestígios. Os pensamentos se desamarram. O exemplo dado é o de uma cobra. Se ela é der um nó no corpo, consegue desfazer esse nó sem esforço, sem precisar de nenhuma ajuda externa. Por fim, haverá uma época em que os pensamentos chegarão e partirão como um pássaro que passa pelo céu, sem deixar vestígios.
Outro exemplo dado é o do ladrão que entra numa casa vazia. O proprietário não tem nada a perder e o ladrão não tem nada a ganhar. É uma experiência de liberdade. Não nos tornamos simplesmente apáticos, como vegetais, mas passamos a dominar os pensamentos. Eles não nos carregam mais pelas rédeas. Isso só pode acontecer por intermédio de treinamento constante e experiência genuína. Também é assim que podemos, aos poucos, adquirir certas qualidades que passarão a integrar nossa natureza, tornam-se um novo temperamento.
Vejamos com exemplo relativo à compaixão. No século XIX, viveu um grande eremita chamado Patrul Rinpoche. Certa feita ele disse a um dos discípulos que fosse para uma caverna e passasse seis meses meditando, não pensando em nada além da compaixão. No início, o sentimento de compaixão por todos seres é sempre forçado, artificial. Depois, gradualmente, a mente fica inundada de compaixão; ela permanece na mente sem esforço. Passados os seis meses, o meditador estava sentado à entrada da caverna e viu um cavaleiro solitário cantando no vale. O yogui teve uma espécie de premonição clara, uma sensação forte, de que o homem morreria em uma semana. A diferença entre a visão daquele homem cantando alegremente e a súbita intuição do yogue o deixara tristíssimo com relação à existência condicionada, que os budhas chamam de samsara. Nesse momento, sua mente foi invadida por uma compaixão genuína e avassaladora que nunca mais partiu. Passara a fazer parte de sua natureza, o verdadeiro sentido da meditação. Ver o homem foi uma espécie de acionamento do gatilho, mas o essencial aconteceu antes da familiarização. O incidente não teria tido a mesma repercussão se ele não tivesse passado os seis meses imerso em compaixão. Estamos falando de como ajudar a sociedade. Se pretendemos contribuir com algo para a sociedade ter uma nova idéia das coisas, precisamos começar com nós mesmos. Precisamos decidir nos transformar, e isso só acontece com o treinamento, e não por meio de idéias fugazes. É essa a contribuição que pode provir da prática budista.
Durante toda a palestra de Matthieu, o Dalai Lama se inclinava para frente, atento. Depois, tirou os óculos e, em tom sincero, disse: “Muito bem, maravilhoso!”
Do livro: Como Lidar Com Emoções Destrutivas
Dalai Lama & Daniel Goleman



fonte:  ÀS 1 DE SETEMBRO DE 2013

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A causa da derrota...


Quer queiramos ou não, a adversidade faz parte da vida. Superar as adversidades é um dos maiores obstáculos que enfrentamos. Os problemas, sejam grandes ou pequenos apresentam-se a nós durante toda a nossa existência. Independentemente de quão animado, inteligente, ou contente estejamos no momento, independentemente de a vida nos correr às mil maravilhas, inesperadamente todos nós algumas vezes somos confrontados com problemas, lutas, desafios, dificuldades. É como se fossemos postos à prova, para vermos de que fibra somos feitos, como é que conseguimos enfrentar algumas situações catastróficas e angustiantes. Não pretendo passar a mensagem que quanto mais adversidade melhor, nem sou apologista de que o sofrimento é algo de bom. Não, o sofrimento incapacitante não é benéfico. Ainda assim, não invalida que pensamos nele como uma realidade que acontece na vida de cada um de nós, certamente em número e intensidade diferentes de pessoa para pessoa. Quando acontece, aceitá-lo é uma parte da estratégia para nos livrarmos de mais sofrimento. Aceitá-lo pode constituir uma forma de nos reestruturarmos e seguirmos em frente.

Conforme Havelock Ellis escreveu: “A dor e a morte são parte da vida. Rejeitá-las é rejeitar a própria vida.”

Na verdade, graças a Deus pela adversidade! Aprender a lidar e superar as adversidades, é o que nos faz ser quem somos. Cada desafio, a cada dificuldade que enfrentamos com êxito na vida serve para fortalecer a nossa força de vontade, confiança e capacidade de vencer os obstáculos futuros.

Heródoto, filósofo grego, disse: “A adversidade tem o efeito de atrair a força e as qualidades de um homem que as teria adormecido na sua ausência.”

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Apego é o oposto do amor...


O amor verdadeiro é aquele que é livre de apegos, ser desapegado não significa amar menos e sim não estar centrado no amor por nós mesmos nos escondendo no amor que dizemos sentir pelo outro. O amor real é a alegria de compartilhar da vida daqueles que estão a nossa volta, seja eles seus amigos, familiares, esposa ou marido. 
Ama-se o outro pelo que ele/ela é e não através da lente distorcida do egocentrismo, em vez de se apegar temos que ter em mente a felicidade da outra pessoa e não a propria, em vez de esperar gratificações podemos receber o amor reciproco da outra pessoa com alegria.
Matthieu Ricard