Meditação muda a forma de reagir a emoções
Imagens de ressonância magnética mostram que diferentes formas de meditação têm efeitos duradouros na estrutura cerebral
Pesquisa mostrou que a prática da meditação ajuda a melhorar a estabilidade emocional e a resposta ao stress (Thinkstock)
CONHEÇA A PESQUISADiversos estudos anteriores mostraram que a prática da meditação diminuía a ativação da amígdala – uma área cerebral conhecida por seu papel na regulação das emoções. Essas pesquisas, no entanto, só haviam sido feitas com voluntários durante o estado meditativo. O novo estudo é o primeiro a medir se a prática pode produzir uma redução duradoura na resposta da amígdala aos estímulos emocionais.
Título original: Effects of mindful-attention and compassion meditation training on amygdala response to emotional stimuli in an ordinary, non-meditative state
Onde foi divulgada: Revista Frontiers in Human Neuroscience
Quem fez: Gaëlle Desbordes, Lobsang T. Negi, B. Alan Wallace e Charles L. Raison
Instituição: Universidade de Boston, nos EUA
Dados de amostragem: 36 voluntários que participaram de três tipos de cursos: aulas sobre saúde, treinamento em meditação de atenção plena e treinamento em meditação compassiva
Resultado: Aqueles que tiveram treinamento em meditação mostraram ter maior estabilidade emocional em resposta a imagens emotivas
Os participantes foram recrutados entre os voluntários de uma pesquisa maior realizada pela Universidade de Emory, nos Estados Unidos, que havia angariado adultos saudáveis para participar de cursos de oito semanas em dois tipos de meditação. A primeira foi a meditação de atenção plena, o tipo mais estudado, focado em desenvolver a consciência da respiração, pensamentos e emoções. A segunda, e menos conhecida, foi a meditação compassiva, que inclui métodos destinados a desenvolver a bondade e a compaixão por si mesmo e pelos outros. Um terceiro grupo de voluntários participou de cursos de saúde pelo mesmo período de oito semanas.
A pesquisa da Universidade de Boston recrutou 12 participantes de cada um dos três grupos, e realizou exames de ressonância magnética em seu cérebro três semanas antes de começarem os cursos e três semanas depois de terminarem. Os exames foram realizados enquanto os voluntários viam uma série de 216 fotografias de pessoas passando por situações com conteúdo emocional positivo, negativo ou neutro.
Atenção e compaixão – As imagens de ressonância magnética do grupo que praticava a meditação de atenção plena mostraram uma queda na atividade da amígdala direita em resposta a todas as fotografias. Já as imagens do grupo que praticava a meditação compassiva só mostraram uma queda na reação às fotografias positivas e neutras. Na verdade, entre os participantes que praticavam esse tipo de meditação com mais regularidade, a resposta da amígdala às imagens negativas aumentou.
Imagens de ressonância magnética mostraram uma menor atividade da amígdala direita após a meditação, o que indica maior estabilidade emocional
Quanto à resposta cerebral diferente entre os dois grupos de praticantes da meditação, os pesquisadores explicam que isso se deve ao fato de eles treinarem aspectos diferentes da mente. "A meditação compassiva foi desenvolvida para aumentar os sentimentos de compaixão, então faz sentido que ela aumente as respostas da amígdala à visão de pessoas sofrendo. O aumento da atividade da amígdala também esteve relacionado com índices menores de depressão, mostrando que o fato de ter mais compaixão pelos outros também pode ser benéfico para si mesmo."
Salvador
ResponderExcluirAdorei a matéria,a qual é de suma importância nos dias de hoje...como também adoro tudo que você escreve,fala e o mais importante para mim...FAZ Parabéns.
Agradeço sempre sua gentileza e atenção, Marta!!! Sempre um grande abraço!!!
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